sexta-feira, abril 27, 2012

E não seguiu por e-mail...

Talvez eu esteja escrevendo pra mim mesma. Talvez eu nem queira que você leia. Talvez eu queira estar redondamente enganada sobre o futuro. Talvez eu não queira entender o presente. Talvez eu não queira saber do seu passado. Ou do meu passado. Talvez, talvez, talvez.
Ando tão insegura, tão sozinha e perdida em meus pensamentos, que tudo é possibilidade, tudo é vazio, tudo é estranho, tudo é nada. Me sinto mais só hoje do que antes de ter me aproximado de você. Ou antes de você entrar em meus dias. Antes de você em mim, a vida seguia com outro sentido. Eu sequer pensava sobre o amanhã. Seguia, seguia. Trabalhava, apenas. Hoje, não. Penso em você. Em querer fazer coisas com você. Em querer viver coisas boas com você. Mas não posso alimentar sonhos sozinha. Se com você por perto, eu me sentia preenchida, imagina se agora vou querer você longe! Pra que? Pra sentir esse vazio, esse silêncio? Minhas noites são suas. Meu desejo é seu. Meu corpo agora é seu. Não me pertenço mais. Queria você aqui comigo, pra eu esquecer a escrita, o computador, a solidão, a tristeza que é a mudez desse telefone, ou do interfone que não toca. Queria que a sua vida me coubesse. Queria você pra mim. Queria você em mim, como uma tatuagem, daquelas bem bonitonas, de causar inveja em quem não as tem. Você é tão marcante quanto uma tatuagem; e por mais que eu tente te apagar da memória, não consigo. Você está tatuado, impregnado, profundamente. Quer saber? Vai embora não. Não desista de mim. Nem me peça pra desistir de você. Dói só imaginar que estaremos seguindo em direções opostas. Cada um pra um lado. Sem nunca mais sentir seu cheiro, o calor do seu beijo, o toque das suas mãos e o seu olhar sobre mim. Razão da minha paixão. O seu olhar no meu.

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