segunda-feira, maio 10, 2010

Mundo de ilusões

Ontem assisti um filme lindo. Romântico e muito, muito comovente. Contava a história de um casal de ex-namorados que, por acaso se reencontraram e então resolveram, juntos, dar uma segunda chance para ambos, para o amor.
E me lembrei de nós dois.
Se isso seria possível, se isso seria bom, se teríamos o que recomeçar. Me dei conta de que no cinema, tudo é mais fácil, parece que as coisas conspiram, que as pessoas estão abertas, receptivas, focadas nisso. Claro, é tudo ensaiado, escrito com desfecho final do tipo "e foram felizes para sempre".
Na vida real, não. Há uma necessidade absurda de autopreservação. Homens e mulheres se travam. Cada um vive a sua vida de acordo com as oportunidades, de acordo com suas convicções, suas conveniências. Ceder? Fora de cogitação.
Ainda assim, me lembrei do seu olhar sobre mim. Do quanto eu gostava de ser olhada, desejada por você. Da maneira como me tratava. Da sua voz ao telefone, me dizendo da saudade, da vontade de estar comigo. Por isso tudo, me identifiquei com a história dos personagens. Me vi na pele deles, brigando para sustentar a nova relação.
Hoje percebo com mais clareza onde acertamos. Não tivemos falhas. Tudo foi muito intenso, verdadeiro, urgente. De lá pra cá, como no filme, penso que se decidíssemos por uma reaproximação, talvez tivéssemos êxito. E por isso, não tive vontade de chorar. Nem de te ligar. Queria apenas ter a certeza da nossa cumplicidade. Gostaria que tivesse assistido ao mesmo filme, na mesma hora, quem sabe do meu lado, comendo pipoca, de mãos entrelaçadas, pés juntos, deitados.
E depois da sessão, conversaríamos sobre o enredo, das impressões de cada um, e novamente teríamos um momento de discutir nossa relação. É. Sinto muito a sua falta. E ainda tenho a ilusão de que, assim como no cinema, uma segunda chance para o amor poderia mesmo acontecer. Quem sabe com um desfecho final do tipo "enfim sós"?

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